O título explica tudo, não? São teorias cá do Ventura, bem-aventuradas (se os visitantes assim o quiserem) e, apesar de paranóicas, até farão algum sentido. E...na pior das hipóteses, pelo menos darão para sorrir.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Filosofia da unhaca mindinha


Há quem diga que é de uma "tuguidade" atroz o acto de deixar crescer a unha do dedo mindinho da mão. Se calhar até será, para os puristas da geometris. Isto porque há uma assimetria que resulta da diferença dessa unha perante as unhas dos outros dedos, todas tão uniformes e direitinhas... Então mas nós queremos uma sociedade homogénea ou defendemos o direito à diferença? Então mas já não chega o facto de o mindinho ser um dedo que, desgraçado, está sempre atrás dos outros, agora nem pode dar-se ao luxo de ser original na extremidade? Vejamos a falta de democracia no mundo dedante. O polegar é multifuncional: pede boleia, dá ares de "fixe" e aprova tudo (ou não). O indicador tem um nome auto-explicativo, certo?... Já o dedo médio (literalmente, "o do meio") tem uma utilização principalmente ofensiva, sendo encarado com algum receio. O anelar é o mais vaidoso, recaindo nele a penosa tarefa de transportar os círculos dourados do comprometimento (ãh, saíu bem agora? tanta palavra para dizer "anéis"...) E o mindinho, serve para quê? Ok, ajuda o pessoal do metal a fazer aquela coisa que parecem uns chifres, mas aparte disso... Agora se o mindinho se munir de uma bela unhaca na ponta, aí já o caso muda de figura. Dinheiro em cotonetes - nunca mais! Palitos gastos - jamais! Limpeza nasal - a toda a hora! Tesouras e canivetes - dispensadas! É todo um manancial de poupança que nasce desse acto tão simples de cortar as outras unhas e deixar esta crescer em todo o seu esplendor. Vamos todos fomentar este hábito e dar comprimento às unhacas mindinhas deste país!

Parabéns, anonymous!

Apareceu alguém a assumir o vergonhoso comentário que originou o meu texto anterior. Não é que me interesse muito vir a descobrir a identidade do "prevaricador", mas o facto de ser uma "partida" (de um gosto que está muito para lá da categoria de mau...), e, portanto, de cariz infantilóide, sempre é uma atenuante. E digo isto porque, não tendo tal comentário sido verdadeiro (no sentido em que não foi escrita por alguém adulto e responsável) acaba por constituir para mim um alívio, já que seria um tremendo desapontamento pensar que a ideia que chegava a um qualquer pai/encarregado de educação era aquela que o texto calunioso transmitia. É para mim mais fácil perceber o pseudo-gozo que dá a um adolescente (imberbe e com as hormonas provavelmente desreguladas) a possibilidade de "mandar umas bocas" e dar ares de durão, sem que a vítima se aperceba de onde vêm as bombardas. E até parece que estou a vê-lo, a gabar-se perante os amigos, com falsa imodéstia, a achar-se o maior porque se atreveu. Se calhar agora, depois de ter visto que a brincadeira não foi propriamente engraçada, arrependeu-se e recuou. Mas, coragem das coragens, revela-se escondendo-se!... Não faz mal, já é suficiente eu pensar que uma coisa chamada consciência esteja a nascer nessa cabecinha. Parabéns, anonymous!