O título explica tudo, não? São teorias cá do Ventura, bem-aventuradas (se os visitantes assim o quiserem) e, apesar de paranóicas, até farão algum sentido. E...na pior das hipóteses, pelo menos darão para sorrir.

quinta-feira, julho 13, 2006

Can't I Get Some Satisfaction? (ou "Urinóis Mick Jagger Style)


Tendo "surripiado" esta história à amiga Susana do problemadeexpressão.blogspot.com (vês? roubei, mas faço publicidade gratuita!), não posso deixar de teorizar acerca de tão artística proposta, que se encontra (ou encontrava, até começarem os protestos), num McDonald's em Heerlen, na Holanda, no wc masculino. Há quem os considere abusivos. Estúpidos, até. Mas é estranho que isso aconteça na Holanda, um país onde as liberdades são mais que muitas. No entanto, se vos disser que o protesto foi feito por um turista que se sentiu ofendido, talvez se perceba melhor.
Eu não diria que são ofensivos, até porque o preconceito está na cabeça dos utilizadores, não na obra em si - embora considere a ideia um bocadinho tarada...O que terá passado pela cabeça do gerente para avançar com esta ideia? Talvez tenha havido muitos homens lá nessa terrinha a dizer que as esposas se recusavam a certas e determinadas brincadeiras e vai daí, a McDonald's, para "satisfazer" os clientes, pronto... Quem sabe se qualquer dia as senhoras também se queixam da falta de audácia sexual dos maridos e as sanitas (para os wc de senhora) não passam a ser em forma de língua masculina?
Como a ideia esteve em debate no site espanhol www.20minutos.es e com comentários tão deliciosos (salvo seja!) como só "nuestros vecinos" sabem fazer, não resisto a colocar aqui alguns - sendo que temos uns que debatem a sensibilidade da questão, outros o sentido de decoro e a liberdade, outros ainda que são verdadeiras pérolas de apelo à inovação.
"La gente gasta energía en tonterias... allá lo que piensa ese tipo de personas... unos piensa que es divertido, y otros que tengan la experiencia de la lluvia dorada y le recuerde malos momentos. "
"Sería un turista gay el que se quejó."
"Estamos entrando en una nueva era, la era de la dictadura de las sensibilidades, las minorías y los lobbys."
"Al que no le guste el retrete de ese McDonald que se vaya a un Burger King."
"Polémicas aparte, son feos de narices..."
"Si los quitan de urinarios, que los pongan para cagar."
"Que noticia mas tonta... Y que tontas aquellas a quienes ofende esto. De verdad, no se de donde sale tanta amargura. Hay que reirse mas!"
"Si no te gusta la decoración de un local, vete a otro y listos... ¿porqué obligar al dueño a quitar algo que le gusta en SU local....? no lo entiendo... "
"En el mundo de hoy ¿es posible conocer el sexo de un urinario?¿Depende dicho sexo del color, el material, la forma de dicho urinario?¿O sólo depende de la mente obsesa del censor?"
"Yo el unico problema que observo es que un pene no cabe en ese agujero (al menos el mio no cabe)."
"Siempre matando la imaginación.Por lo menos que los lleven a un museo de arte moderno."
"Seguro que el turista era Mick Jagger. "
São ou não obras poéticas estas frases? "Seguro que si."

Cavaco, o presidente dos portugueses (crianças incluídas!)

Uma mãe, quase tão babada como a sua criança, exige a atenção do chefe de estado.
O presidente, quase em estado de choque, acede, com ar de criança que vai comer a sopa.
A criança, que não passa cavaco a qualquer um, cumpre o ritual, para fazer cumprir a vaidade da mãe e o sentido de estado do engravatado (e talvez para ganhar um gelado, em vez da sopa...).
É tão típica esta atitude de querer que os bebés e crianças (coitaditos) lambuzem ou sejam lambuzados por altas figuras da nação - e afinal, é natural, porque acaba por calhar bem a todos:
- o político pensa: "Ó pra mim a ser popular junto das crianças" (os votantes do futuro);
- a mãe pensa: "Pode ser que daqui a uns aninhos este arranje um tacho ao meu filho/a";
- a criança pensa : "Olha olha, este é daqueles que trabalha pouco, que anda ao colo dos outros e se reforma cedo...és dos meus, dá cá uma beijoca!"

quarta-feira, julho 12, 2006

Porquinhos da Ilda - Unplugged - No Casino

Sabem qual é o cúmulo do contrasenso? Eu digo-vos. O concerto a que assisti no passado Domingo. Porquinhos da Ilda (eles mesmo, os "mestres suínos" do rock luso), ao vivo...no Casino da Figueira! Estão a ver, não estão? A dinâmica interactiva, o lirismo vernacular, a irreverência mental - tudo isto no salão principal do casino! Do casino!!! E de borla!!! Com as mesinhas comme il faut, com os empregados de mesa aprumadinhos, com as luzinhas supostamente românticas...E no palco, contraste absoluto, Miguel, Luciano, Paulo e Fred a fazer do melhor que aquelas velhas paredes alguma vez ouviram por aquelas bandas - música animada, bem-disposta e de grandes malhas. Mesmo que tivesse sido em versão acústica. Foi em grande! E conquistaram uma boa parcela do público. Verdade seja dita que não foram muitos os iluminados que tiveram a boa sorte de assistir a este momento...Mas quem estava, deve ter-se dado por muito satisfeito, à excepção de uns tantos "cotas" que se levantaram e saíram (provavelmente para, como disse o Miguel, irem estoirar dinheiro para as slots), quiçá não entrando no espírito da banda e entendendo a rock-o-brejeirice como falta de educação.
O sonoro "abluesalhado" foi extraordinário, embora se notasse que os músicos estivessem algo preocupados em não tocar com demasiado vigor, dada a situação e a sala. Mas mesmo assim... Conseguir a proeza de pôr os sóbrios responsáveis do Casino a ouvir o público cantar o "Esgalha no Pessegueiro" em coro quase devia ter direito a figurar no Guinness como "momento mais estranho vivido num salão de casino"... Grande Miguel Castro. É como eu lhes disse: é daqueles óculos! Aquilo deve ter uns efeitos secundários quaisquer...
Foi tudo 6 estrelas (até porque consegui falar com o Fred e o Miguel no final...eh eh eh!), mas...O problema é que há sempre um "mas" quando alguma coisa está a correr demasiado bem. Não tenho fotos decentes do concerto, porque a luz da sala estava tão reduzida que nas imagens que captei não se consegue perceber nada!!! Ó senhores do Casino!!! Então organiza-se uma coisa toda à maneira, à borliú (que a malta agradece encarecidamente...), e não se dá condições para os paparazzi??? Da próxima vamos lá a ver isso! "Óink, óink!"
Viva a desbunda na pocilga! (ou no casino...)

terça-feira, julho 11, 2006

Pedro Ribeiro a presidente!

Não, senhores-da-Rádio-Comercial-que-avaliam-os-blogs-candidatos-ao-programa "O meu blog dava um programa de rádio", este texto não é para vos dar graxa. Ou melhor, até é, porque eu até me candidatei... (mais vale a sinceridade: assim como assim, pode ser um critério de desempate!)
Agora que não há dúvidas, lá isso não. Num tempo de rádios com programação mais ou menos indistinta, de playlists (pseudo) 100%-hiper-cool ou então (supostamente) 233%-super-conservadoras, de previsíveis e por vezes sonolentos animadores, eu prefiro continuar a alinhar ao lado dos que primam pela originalidade, mesmo arriscando-se, nessa vontade de inovar, a ser tão criticados. E aí, o seu a seu dono, há que reconhecer que a forma Ribeirinha de ver o entretenimento na "telefonia" ultrapassa todos os outros. É verdade que o senhor-director-que-acorda-todo-o-santo-ano-antes-dos-galos tem uma quase compulsão para os trocadilhos. Mas isso é giro, mesmo que às vezes seja exagerado. E, para uma geração (na qual me incluo) que cresceu a aprender a noção de humor trocadilhado vindo do tio Herman, isso é natural. E qualquer palavra é um bom motivo para uma brincadeira linguística.
E, desde que "master Peter Small River" tomou conta da ocorrência, as iniciativas têm sido mais que muitas, e não apenas nas rubricas que inclui no seu programa, nas manhãs da Comercial. Aí, a tónica que já lhe é habitual desde o tempo da Best Rock (e que depois terá amainado ligeiramente nos tempos do Rádio Clube Português), é a de lembrar ao pessoal trintão (SOMOS OS MAIORES!) que as nossas memórias, a "música do nosso tempo", os símbolos e manias da criançada e juventude dos 80's, ainda têm o seu quê de interessante, quanto mais não seja como contraponto à alucinada velocidade da cultura jovem actual. Daí o "Músicas para sonhar". E quem já não assobiou, à custa deste senhor, a música do "Tom Sawyer"? Quem não se riu, à custa deste senhor, ao recordar o mítico "Bocas"? Quem não fez figura de urso no meio de uma fila de trânsito, à custa deste senhor, ao berrar, de janela aberta, o refrão da "Abelha Maia"? Ninguém...aaaaaaah. Pronto. Então se calhar fui só eu...

Mas, não contente, o homem acrescenta historinhas hilariantes, contadas no seu jeito supostamente "atrapalhadito" (ou então é do número reduzido de horas de sono...), que todos os seus fãs já tão bem conhecem desde os tempos da equipa imbatível a) Pedro Ribeiro, a "fogueirante" Ana Lamy, o "Monfortense" José Carlos Malato e o "canídeo" Nuno Markl ou b) Pedro Ribeiro, a "Shôtora" Maria de Vasconcelos e o "Profeta" Nuno Markl. Velhos tempos... Ó mister Ribeiro, quando é que aparece uma companhia nova deste género? Não que tu sozinho não "toques a animar" a malta, mas uma presença feminina já se impunha. E se pudesses ir contratar o Markl... Não que Marco Horácio e Eduardo Madeira não cumpram a função, mas... falta o carácter paranóico do Markl. E a prestação do Ribeiro nas Conversas Ribeirinhas? Aquilo sim, merecia um talk show em canal aberto! Aquilo sim é deixar o convidado falar! Aquilo sim é saber entrevistar, ouvindo. Para quando a presença deste homem em horário nobre da SIC? Retirem lá uma das 59 novelas nocturnas ("late night", é o termo mais adequado!) e dêem ao público que tem gosto alguma coisa boa, para variar!

Ora bem, onde é que eu ia mesmo?...Ah! E depois temos passatempos marados, notícias viradas ao contrário, enfim, uma panóplia de ingredientes (epá, que frase tão poética! ou não...) que nos enchem a manhã. Mas há mais! A aposta no magazine "Barulho das Luzes", a "invenção" do "80 à Hora", o "Esta noite com Marta Santos", o "The Diogo Beja Show", etc etc etc. Variedade, boa disposição, entretenimento. E não apenas um animador que carrega PLAY/PAUSE/STOP.

O homem é grande!

Ribeiro a presidente! (a derradeira frase graxista...)