Não, senhores-da-Rádio-Comercial-que-avaliam-os-blogs-candidatos-ao-programa "O meu blog dava um programa de rádio", este texto não é para vos dar graxa. Ou melhor, até é, porque eu até me candidatei... (mais vale a sinceridade: assim como assim, pode ser um critério de desempate!)
Agora que não há dúvidas, lá isso não. Num tempo de rádios com programação mais ou menos indistinta, de playlists (pseudo) 100%-hiper-cool ou então (supostamente) 233%-super-conservadoras, de previsíveis e por vezes sonolentos animadores, eu prefiro continuar a alinhar ao lado dos que primam pela originalidade, mesmo arriscando-se, nessa vontade de inovar, a ser tão criticados. E aí, o seu a seu dono, há que reconhecer que a forma Ribeirinha de ver o entretenimento na "telefonia" ultrapassa todos os outros. É verdade que o senhor-director-que-acorda-todo-o-santo-ano-antes-dos-galos tem uma quase compulsão para os trocadilhos. Mas isso é giro, mesmo que às vezes seja exagerado. E, para uma geração (na qual me incluo) que cresceu a aprender a noção de humor trocadilhado vindo do tio Herman, isso é natural. E qualquer palavra é um bom motivo para uma brincadeira linguística.
E, desde que "master Peter Small River" tomou conta da ocorrência, as iniciativas têm sido mais que muitas, e não apenas nas rubricas que inclui no seu programa, nas manhãs da Comercial. Aí, a tónica que já lhe é habitual desde o tempo da Best Rock (e que depois terá amainado ligeiramente nos tempos do Rádio Clube Português), é a de lembrar ao pessoal trintão (SOMOS OS MAIORES!) que as nossas memórias, a "música do nosso tempo", os símbolos e manias da criançada e juventude dos 80's, ainda têm o seu quê de interessante, quanto mais não seja como contraponto à alucinada velocidade da cultura jovem actual. Daí o "Músicas para sonhar". E quem já não assobiou, à custa deste senhor, a música do "Tom Sawyer"? Quem não se riu, à custa deste senhor, ao recordar o mítico "Bocas"? Quem não fez figura de urso no meio de uma fila de trânsito, à custa deste senhor, ao berrar, de janela aberta, o refrão da "Abelha Maia"? Ninguém...aaaaaaah. Pronto. Então se calhar fui só eu...
Mas, não contente, o homem acrescenta historinhas hilariantes, contadas no seu jeito supostamente "atrapalhadito" (ou então é do número reduzido de horas de sono...), que todos os seus fãs já tão bem conhecem desde os tempos da equipa imbatível a) Pedro Ribeiro, a "fogueirante" Ana Lamy, o "Monfortense" José Carlos Malato e o "canídeo" Nuno Markl ou b) Pedro Ribeiro, a "Shôtora" Maria de Vasconcelos e o "Profeta" Nuno Markl. Velhos tempos... Ó mister Ribeiro, quando é que aparece uma companhia nova deste género? Não que tu sozinho não "toques a animar" a malta, mas uma presença feminina já se impunha. E se pudesses ir contratar o Markl... Não que Marco Horácio e Eduardo Madeira não cumpram a função, mas... falta o carácter paranóico do Markl. E a prestação do Ribeiro nas Conversas Ribeirinhas? Aquilo sim, merecia um talk show em canal aberto! Aquilo sim é deixar o convidado falar! Aquilo sim é saber entrevistar, ouvindo. Para quando a presença deste homem em horário nobre da SIC? Retirem lá uma das 59 novelas nocturnas ("late night", é o termo mais adequado!) e dêem ao público que tem gosto alguma coisa boa, para variar!
Ora bem, onde é que eu ia mesmo?...Ah! E depois temos passatempos marados, notícias viradas ao contrário, enfim, uma panóplia de ingredientes (epá, que frase tão poética! ou não...) que nos enchem a manhã. Mas há mais! A aposta no magazine "Barulho das Luzes", a "invenção" do "80 à Hora", o "Esta noite com Marta Santos", o "The Diogo Beja Show", etc etc etc. Variedade, boa disposição, entretenimento. E não apenas um animador que carrega PLAY/PAUSE/STOP.
O homem é grande!
Ribeiro a presidente! (a derradeira frase graxista...)