O Drama da Realeza no Registo Civil
Estou aqui para falar do "rei"! Digam lá o nome dele inteiro, se souberem!
Não, não é Eusébio...Não, não é Pélé. Parem lá com a futebolice. Não, nem Roberto Carlos...Também não é o Elvis!!! O Emanuel??? Por amor de Deus! Chega!
Estou a falar (vénia, se faz favor), de Sua Alteza Real... (trombetas!!!) D. Duarte Pio! (pausa...mantém-te sério...aguenta...). Não consigo! AH AH AH AH AH AH AH! (gargalhada histérica)
"Pio"??? Ninguém se chama "Pio". Faço ideia, quando o pai o levou ao registo civil, parece que estou a ver a cena... Diz o funcionário (com aquela característica boa-disposição que eles têm): "Nome da criança?" E responde o Duque: "É Duarte...Pio." E retorque o outro: "Não, a sério, vá." "Duarte Pio, já lhe disse!", insiste o indivíduo da realeza. "Então mas não tô quilhado com este?", diz o funcionário para aquela colega cinquentona que esfumaça furiosamente (e que existe em todos as repartições e gabinetes de atendimento). "Então e o senhor...chama-se quê? Dinis Córócócó? E a mãe? Espere, não me diga...é a Sôdona Urraca Glugluglu!" Vira-se de novo para a colega (que entretanto já fumou mais dezassete cigarros, enquanto espreita o computador por cima de uns óculos de massa cinzenta à anos 80) e diz, com um meio-riso: "Isto de os gajos do Júlio de Matos estarem com excesso de clientes depois dá nisto. PRÓXIMO!!!"
Alguns anos depois, ultrapassado o drama (e feito o registo talvez via Net, para evitar vergonhas), deu-se o milagre da procriação. Se aquela filharada for toda de facto do próprio rei, então bem que valeu a pena ele guardar-se tantos anos, porque está num pico de potência que não deixa a dona Isabel descansada.
Alguns anos depois, ultrapassado o drama (e feito o registo talvez via Net, para evitar vergonhas), deu-se o milagre da procriação. Se aquela filharada for toda de facto do próprio rei, então bem que valeu a pena ele guardar-se tantos anos, porque está num pico de potência que não deixa a dona Isabel descansada.
E voltamos à mesma situação, no mesmo registo civil, onde trabalha agora o filho do tal senhor que recusou registar Duarte (PIU!). E chega então sua realeza (que é real, mas não existe...) para registar a criançada. E, quando, no mesmo jeito sorridente que perpassa gerações de "atendedores" públicos, o homem pergunta: "Apelidos?", é o delírio. Passados três minutos, D. Duarte ainda está a debitar aqueles apelidos todos...que paranóia é aquela? Miguel Gabriel Manuel Rafael ... Parece uma frota da marinha de guerra! Ou melhor, parece é que estavam indecisos e, na hora de escolher, não excluiram qualquer nome próprio acabado em -el. E ficaram todos. Ou então, os duques pensam: "Olha, já que na realidade somos uns miseráveis, ao menos no nome (que não se paga!) havemos de ser os maiores! E pode ser que um dia qualquer os chefes de estado venham a ser escolhidos pelo tamanho do nome!"
Deve ser é uma canseira aprender a assinar! Coitados dos putos, já não lhe basta gozarem com eles por terem os pais que têm, ainda têm que gramar com mais esta! Estou a fazer tempo, porque o funcionário (bichanando qualquer coisa para a tal colega esfumaçante, agora com 89 anos) teve que ir num instante ao armazém, porque nos impressos normais não cabe uma décima parte das palavras...
Realmente, agora é que eu entendo a má-disposição deles...funcionário sofre!
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