Ó Tempo, Olha P'ra Trás...
Como as coisas (des)evoluem... Ah (suspiro!), a grandiosidade e beleza de objectos de culto como os grandes rádios de estilo anglo-germânico, os grandes televisores tipo aquário, os imponentes relógios de pêndulo... Tudo isto substituido por leitores mp3 minúsculos, aborrecidos plasmas cinza prateado ou relógios de telemóveis (sim, porque a malta nova quase desconhece relógios reais!). Mas o pior não é o facto de as coisas evoluirem - é necessário, até porque senão ainda estávamos a fazer música batendo com clavas nas cabeças uns dos outros ou a orientarmo-nos pela posição do sol. Mas o que sucede é que a evolução tecnológica ("choque", como diz o nosso primeiro) tem sido assaz apressada, o que nem nos dá tempo para apreciar uma novidade durante mais de três ou quatro...horas! Assim que nos achamos no topo do mundo porque já temos aquele gadget último grito (AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!), olhamos para o lado e vemos que durante aquela meia-dúzia de minutos que decorreram entre a escolha e o pagamento, na caixa da Worten ou da Fnac, já foram lançados mais trezentos e sessenta e dois modelos, com o dobro das funções e o triplo do estilo fashion... Já lá vai o tempo (ricos 80's!) em que um qualquer teenager que tivesse um "portentoso" walkman era o rei do recreio, com toda a gente a invejá-lo um ano lectivo inteiro porque lá em casa só tinham um rádiozeco de marca duvidosa que enrolava a fita das cassetes até as partir. Hoje em dia...o pessoal júnior sai das salas de aulas, tira um leitor mp3 do bolso (cada um), pega num telemóvel (às vezes em dois) e avança, indiferente, pela massa de gente que, independentemente do status ou condição económica, não passa sem tais maquinetas. Eu cá ainda me lembro do tempo em que era estudante de secundário, em que a malta se reunia à volta de um daqueles rádios enormes (tipo rádio de rappers do Bronx) e dançava e cantava, num espírito quase Woodstock, quer nos finais do período quer em animadas visitas de estudo, dentro do autocarro. E depois punha-se a tocar umas cassetes com slows, para o pessoal do marmelanço... E não havia cá paranóias de agarramento compulsivo a télélés ou a "nanoaparelhagens" como a juventude tem agora! Nunca pensei dizer isto (que ouvi centos de vezes dos meus pais), mas...nesse tempo é que era! Estou velho? Se calhar...
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home